A partir da década de 20 do século XIX, com a chegada do Liberalismo e Portugal, impôs-se uma nova realidade, caracterizada pela, entre muitas outras coisas, pela possibilidade de negociar de forma mais livre. Neste cenário tem lugar uma proliferação de editores e livreiros que vieram enriquecer e agitar o mercado.
Ainda assim, mesmo com o incremento de entidades ligadas a esta área de atividade e com alguns casos pontuais de colaboração entre elas, não se verificou qualquer tentativa de movimento associativo entre livreiros e editores, ao longo de toda a metade do século XIX.
É já na década de 20, do século XX que se realiza, na sede da Associação Comercial de Lojistas de Lisboa, a primeira reunião de livreiros, à data presidida por Júlio Aillaud, proprietário da Livraria Bertrand. Júlio Aillaud considerava fundamental que existisse uma união entre livreiros para que trabalhassem em prol da defesa dos seus interesses. Esta mensagem passou de uma forma tão clara que, um mês depois, no dia 30 de maio de 1923, numa nova reunião, os estatutos para uma associação, chamada Subsecção de Livreiros da Associação Comercial dos Lojistas de Lisboa, foram aprovados.
Mais tarde, em 1927, surge a Associação de Classe dos Livreiros de Portugal, após desvinculação da Associação dos Lojistas de Lisboa.
É já em 1930 que esta associação promove, pela primeira vez, um evento que deixou a sua marca até à atualidade e continua a fazer parte do calendário cultural do país: a Feira do Livro.
Entre 1933 e 1974, período caracterizado pelas regras impostas e definidas pelo Estado Novo, surge uma nova identidade e realidade associativa. Em 1933, António de Oliveira Salazar assina um alvará que irá aprovar novos estatutos e uma nova designação: Associação de Classes dos Editores e Livreiros de Portugal. A 13 de junho de 1939, um alvará concretizou aquele que viria a ser o Grémio Nacional de Editores e Livreiros, num cenário político-social marcado por um regime de caráter corporativista que haveria de regulamentar a criação de grémios obrigatórios e transformar, desta forma, todas as associações em grémios.
Com o 25 de abril de 1974 surge uma nova realidade associativa. A Direção liderada, à data, por Rogério de Moura (Livros Horizonte) teve um papel extraordinário nesta fase de profunda perturbação. Uma Assembleia Geral realizada em maio de 1974, resulta na transformação do Grémio em Associação Portuguesa de Editores e Livreiros e, em 1976, é eleita a primeira Direção efetiva, presidida por Francisco Lyon de Castro (Publicações Europa-América).
Entre 1976 e o início do novo século XXI destacam-se as seguintes iniciativas levadas a cabo pela APEL:
1985:
- Publicação do Catálogo Livros Disponíveis;
- Criação do Centro de Documentação Bibliográfica.
1986:
- Inicio da publicação do estudo Hábitos de Leitura e Compra de Livros e das Estatísticas de Produção e Comercialização do Livro em Portugal.
1988:
- Realização do Dia do Livro Português, numa realização conjunta com a Sociedade Portuguesa de Autores;
- Assinatura de protocolo com a RTP e com a RTC, com o objetivo de obter condições mais favoráveis à publicidade de livros, na televisão e na rádio.
- A APEL constitui-se como agência nacional do sistema de ISBN.
1991:
- Negociação da Primeira Convenção de Preços para o setor do Livro Escolar.
1993:
- Celebração de um protocolo financeiro, a favor das atividades editorial e livreira, com o Ministério da Cultura.
1994:
- Disponibilização online da base de dados Livros Disponíveis em sistema videotexto.
1995:
A 4 de maio de 1995, a APEL foi reconhecida como Pessoa Coletiva de Utilidade Pública, nos termos de Decreto-Lei nº 460/77 de 7 de novembro.
Compete à APEL defender os interesses dos seus associados, nomeadamente dando parecer sobre os assuntos da sua especialidade sempre que consultada; promovendo a elaboração de regulamentos orientadores da atividade editorial, distribuidora e livreira; estudando a situação, condições e necessidades das atividades por ela representadas com vista a promover o seu desenvolvimento; contribuindo para a elaboração ou aperfeiçoamento da legislação dos setores que representa.
A APEL é a agência nacional do sistema International Standard Book Number (ISBN).
A APEL é membro da International Publishers Association (IPA), da European and International Booksellers Federation (EIBF) e um dos membros fundadores da Federation of European Publishers (FEP).
Desde 1 de janeiro de 2006 que a APEL se tornou membro do Centro Regional para el Fomento del Libro en América Latina y el Caribe (CERLALC).